Desde muito nova me percebi uma pessoa observadora e curiosa. Em grande parte dos meus 40 anos, curti entender os porquês, principalmente do comportamento humano.
Me recordo que, quando adolescente, época em que podia frequentar o shopping da cidade em que morava, enquanto muitos colegas estavam conversando, eu ficava mais como observadora.
Além desta postura observadora, também me reconheci como uma pessoa crítica, ora como uma boa característica, ora nem tanto assim. Muitas outras características foram descobertas, algumas com maior aceitação, outras menos.
Fui crescendo e, em determinado momento, pensei “Tá, e agora? O que eu faço com estas coisas que sei sobre mim?”.
Confesso, sem julgamento, que não tive muito apoio para conseguir traduzir de que forma toda a bagagem que eu já carregava poderia ser revertida em boas habilidades na hora de decisões importantes, tais como minha faculdade, meu 1º emprego, minhas escolhas de cursos e especializações, etc..
Depois de MUITOS anos, quando entrei em contato com algumas ferramentas, principalmente bons assessments, bons líderes que souberem me apoiar, bons colegas de trabalho que derem feedbacks, e finalmente ótimas sessões de terapia, que consegui juntar “o lé com o cré”.
Apenas após os meus 35 anos comecei a aprender a reconhecer a minha individualidade e, por meio dela, a forma como posso servir ao mundo do trabalho.
Nesta vida adulta que seguimos, reconhecer e assumir suas potencialidades, assim como suas limitações, na minha experiência, é uma das tarefas mais complexas e, ao mesmo tempo, libertadoras.
O espaço que ocupo é único e a minha presença contribui, à medida que encontro com o que é meu: sem comparações, sem achar que “eu deveria ter que...”.
Reconhecer nossas potencialidades e limitações permite que as oportunidades apareçam e que saibamos a forma como atuar, e como limitar o que vai contra o que acreditamos.
Atualmente, como consultora de RH e tantos outros papéis que assumo, percebo que muitos de nós passaram e ainda passam por tais inquietações sobre “o que queremos ser quando crescer” rs ou “qual a minha real contribuição a partir do que eu sou?”. Minha curiosidade e interesse por este tema aumentam na mesma proporção em que “me acho”.
Algumas reflexões para finalizar, por hoje, este papo:
Se joga nos cursos: o pior que pode acontecer é você conhecer algo ou alguém que pode lhe trazer boas conversas e vieses que você ainda não tinha parado para pensar;
Converse com pessoas, sobre você, sobre sua forma de pensar e veja o que te espera;
Leia! Coloque um ponto de dúvida em tudo o que você já sabe;
Tenha por perto pessoas que pensam diferente de você;
Terapias sempre serão bem-vindas!
Descanse: tenha a capacidade de aprender e praticar, testando o que funciona. E, em seguida, deixe decantar - não estamos a todo momento correndo para algum lugar. O ócio tem um lugar importantíssimo em nossa aprendizagem.
Que tenhamos a sabedoria em entender que há sempre espaço para todos e que ainda há tempo de redescobertas sobre nós mesmos, ao longo da nossa jornada.
Seja gentil com você!
Abraços,
Giovana Calenzani.
Head de Desenvolvimento Humano Organizacional na Arax