Singularidade, por que você deveria assumir e revelar a sua?
Autoconhecimento I Autovalorização e Autoafirmação I Autenticidade
Hoje é dia Mundial da Saúde Mental, 10 de outubro: e o que isso tem a ver com esses termos Autoconhecimento, Autovalorização e Autoafirmação, e Autenticidade?
Sinto (verbo sentir) que estamos distantes de VIVER a Carreira que desejamos: com as pessoas que converso, estamos falando coisas do tipo "tempo é o novo glamour", ou postando fotos de pés na praia e enfatizando "isso que é vida", falando de autocuidado como se fosse uma premiação por algum merecimento (e não como algo inerente ao nosso bem-estar). Parece que normalizamos falar sobre ter qualidade de vida como um desesperado desejo, mas utópico.
Quando olho para os meus pais, sob a minha bolha, vejo claramente o quanto eles, principalmente meu pai, trabalhou mais do que desfrutou. A minha geração (pré 43 anos) vive a continuidade de uma outra geração que "trabalhou para viver". Observo que, se eu for olhar por esse lado, sou uma evolução, pois hoje "já posso" assumir que estou cansada, que quero sair mais cedo, que fiquei doente e preciso de cama, que não vou à uma "reunião importante" porque tenho uma apresentação na escola da minha filha etc.. Porém, lááá no fundo, fico reflexiva e conversando com as minhas culpas: um diálogo esquisito.
Por que esse excesso constante? Por que essa agenda sem intervalos? Quem trabalhou e trabalha comigo, sabe que gosto, e muito, de sentir que estou produzindo, mas talvez até demais. Dizem alguns que não tem nada de errado com isso: mas e a referência para os que olham? Se vejo alguém que admiro trabalhando horas e horas por dia, estando sempre à disposição, claramente apoiado com gotas à noite, será que isso realmente não tem impacto?
O que tem estado tão urgente que o espaço para o importante parece ter diminuído tanto? Em quantas reuniões entramos e a quebra de gelo está, em sua maioria, associada à uma frase tipo "tá corrido aí?", "nossa senhora, demais, a semana passou voando né", e quando percebemos, chegamos no sábado.
Eu estou longe de saber equilibrar os meus diversos pratinhos e vejo que meus colegas estão na mesma: será que conseguimos falar mais sobre como desacelerar? Entregar em maior quantidade aquilo que é possível? Dimensionar melhor o que é urgente? Dialogar? Evitar em mais vezes o "chega 5 minutinhos antes para gente..."?
Os dados, artigos, percentuais estão escancarados para todos, a gente só não conseguiu ainda usá-los!
E o que isso tem a ver com esses termos Autoconhecimento, Autovalorização e Autoafirmação, e Autenticidade? Penso que tudo.
Autoconhecimento, quando me aproprio das minhas potencialidades, jogo luz nos meus pontos cegos e reconheço naquilo que sou realmente boa, buscando não querer equilibrar todos os pratos, porque isso não deveria existir. Me conhecer a ponto de saber que sou um ser complementar aos meus colegas e ter a clareza que seremos uma equipe;
Autovalorização e Autoafirmação, quando meu senso de utilidade e propósito está fortalecido, porque reconheci minhas potencialidades, tenho mais coragem de ser quem eu sou. Estabeleço limites mais saudáveis nas relações, curto as minhas conquistas e priorizo tempo de qualidade para desfrutá-las;
Autenticidade, vivo a minha maturidade, trago minhas ideias com orgulho, abro mais espaço para as discordâncias, decido pelos espaços e lugares que quero estar (saio dos que não me interessam mais), digo não com menos culpa, coloco mais vinhos durante a semana na agenda (ou bebo mais água). O mundo está mais chato, porque a gente tem se desconectado para atender uma demanda que nós mesmos estamos impondo (e reclamando de não dar conta ao mesmo tempo). Eu não gostaria de trabalhar para viver, eu quero viver e trabalhar.
Assumir e revelar a sua Singularidade, que é sua essência em ser única, é uma boa forma de demonstrar seus contornos, potências, sonhos, medos, vulnerabilidades, demonstrar quem você é.
O que você tem feito pela sua saúde? Que exemplo tem sido? Qual legado deseja ser para as gerações que já nos olham, atentas?