Dia do Profissional de Recursos Humanos

E hoje é o dia de muitos colegas que tenho o prazer e, ao mesmo tempo, o desafio de compartilhar a mesma profissão. Faço parte desta “tribo” há mais de 17 anos e entre orgulhos, aprendizados, risadas, momentos marcantes e felizes, há também as famosas “passada de raiva”, frustração, vontade de mudar completamente de atuação etc.. Imagino que seja parecido nas mais diversas profissões, e o que acaba permanecendo ao longo das nossas escolhas é a decisão pela famosa “tentativa e erro”, capaz de abrir novos caminhos e ampliar a nossa visão. Dedico minha reflexão aos profissionais de RH no início de Carreira, que se encontram num estado de paixão pelo ofício (não que a gente perca ao longo do caminho, mas muda bastante rs). Quando estamos no início da Carreira, são tantas as possibilidades ainda disponíveis, que na maioria mais nos deixa confuso e perdido do que com a sensação de oferta de boas e múltiplas opções. São muitas incertezas em andar pelos campos desconhecidos do RH. Então, a primeira dica é “respira” que vai rolar! Confesso que quando me graduei em psicologia não fazia a menor ideia da magnitude de Recursos Humanos: eu só tinha claro que era apaixonada pela ideia de “resolver problemas” relacionada às pessoas (arrogante né!?), à comunicação, à inter-relação de líder e liderado.

Dedique tempo se questionando, de forma recorrente sobre: Neste negócio em que estou (da empresa em que trabalha), a qual propósito o RH serve? De que forma ele é visto e chamado para as discussões relevantes do negócio? Eu, como profissional de RH, facilito as decisões estratégicas da empresa com uma participação ativa e crítica, ou permaneço em uma postura que nada acrescenta? Fomento discussões que vão ao encontro de conectar a estratégia do negócio com a de gente ou me levo pela inércia e loucura do dia a dia? (lendo, até parece que é fácil!) Eu me interesso pelo que está sendo dito? Ou sigo querendo as receitas prontas (os famosos “comos”), “salvando” ou “resolvendo” todos os problemas? Você está ciente que é referência nos processos que, muitas vezes, você mesmo cria? (Se você é um Analista de T&D e cuida da Avaliação de Desempenho, por exemplo, seus colegas na empresa vão olhar para você como se fosse um exímio profissional na prática em dar feedback – deu um friozinho na barriga né?) Você está disposto a conversar com as pessoas? Ser acionado na maior parte do seu dia? Você está se cuidando e observando seus próprios comportamentos continuamente? Está fazendo um exercício intencionado de julgar menos o “diferente” e o que você ainda não entende ou viveu? Ao reler o que escrevi, penso que “tá puxado hein”. Haja disposição! É exercitar um tanto de musculatura para o resto da carreira, não somente no início dela. No fundo, a pergunta que fica é “o que é ser um Profissional de RH para você?”: o que te aproxima e te afasta neste exercício diário? É claro que as famosas hard skills fazem MUITA diferença, assim como a preocupação em manter-se atualizado em nosso mercado, mas nossa postura certamente vai ter um peso muito maior. Invista tempo em você: se olhe constantemente. Meus olhos continuam brilhando, talvez agora com um pouco mais de lucidez e menos arrogância, pois sei que meu papel não é de salvadora, resolvedora de problemas. Muitas vezes, meu papel passa por estar ao lado dos profissionais que precisam de alguma habilidade que tenho, de forma muito específica e pontual. Tenho convicção que não preciso estar 100% preparada para ocupar o meu lugar. Estar presente é o meu papel. Sigo na minha busca pela conexão com as pessoas junto com minha paixão pela profissão. E aprendi uma valiosa dica com uma querida: nosso propósito é sermos nós mesmos, sabermos a nossa singularidade e seguir firme!

Giovana Calenzani.
Head de Desenvolvimento Humano Organizacional na Arax